Fundo Puxirum lança primeiro edital (Carta-Convite) na Reserva Extrativista Chico Mendes e projeta sementes para o futuro das Comunidades Extrativistas

Foto: leitura e entrega da carta convite às representantes das associações e conssecionarias – Acervo Fundo Puxirum

Xapuri (AC) — No último dia 17 de setembro, em frente à casa de Chico Mendes, foi lançado o primeiro edital do Fundo Puxirum, por meio da Carta-Convite do Projeto Semente Puxirum. O ato simbolizou um momento de semeadura: plantar agora para colher autonomia, sustentabilidade e esperança no futuro das comunidades da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes.

Construção coletiva

Foto: Mesa com as Lideranças / Acervo Fundo Puxirum

O lançamento reuniu lideranças comunitárias, as associações da Resex Chico Mendes — AMEPRESEMA, AMOPREAB, AMOPREB, AMOPREX e AMOPRECARB —, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS – Acre) e apoiadores, reforçando que a força do Puxirum está no coletivo e na construção compartilhada de soluções para o território.

A Carta-Convite convida as associações a apresentarem projetos em três eixos estratégicos:

  • Atividades socioprodutivas: fortalecimento de cadeias como castanha, borracha, cacau e outros produtos da floresta, com beneficiamento, agregação de valor e acesso a mercados;
  • Fortalecimento institucional e comunitário: apoio à gestão administrativa, formação de jovens e mulheres e incentivo à participação comunitária e política;
  • Governança territorial: gestão comunitária, monitoramento e defesa da Resex.

O processo já está em curso: após a Oficina Marco Zero em 18 de setembro, as associações terão até 20 de outubro para apresentar propostas. Em novembro, o Fundo Puxirum analisará os projetos e divulgará os resultados até o fim do mês. Em dezembro, começam a ser assinados os contratos e repassadas as primeiras parcelas, para que os projetos iniciem ainda este ano.

Vozes da floresta

Para Antônio Brito, diretor de projetos do Fundo Puxirum, o momento carrega grande simbolismo para o movimento extrativista:

“Esse momento é muito simbólico e representativo para todos os extrativistas. A Resex Chico Mendes foi o espaço da luta de Chico, que é nosso instrutor maior, e agora recebe esse edital que busca fortalecer as cadeias socioprodutivas existentes, garantindo que os recursos cheguem de forma responsável às comunidades.”

A presidente do Fundo Puxirum, Maria do Socorro Teixeira Lima, destacou a relevância coletiva da iniciativa:

“Estou muito feliz por esse momento importante, que é o lançamento do nosso primeiro edital. É uma conquista valiosa para o Fundo Puxirum, e também pela localidade escolhida: a Reserva Chico Mendes. É um grande desafio, mas também uma grande alegria.”

Leide Aquino, representante do CNS no Acre, ressaltou a união das comunidades:

“Estamos vivendo um momento simbólico, na frente da casa de Chico Mendes, reafirmando a luta e a resistência pelo bem-estar dos povos da floresta. Esse edital representa investimentos diretos nas comunidades e fortalece a organização comunitária e territorial da Resex.

Foto: Lançamento da Carta-convite na Resex Chico Mendes / Acervo Fundo Puxirum

Sementes para o futuro

O Projeto Semente Puxirum representa mais que um repasse de recursos: é um investimento em autonomia, fortalecimento comunitário e novos caminhos de desenvolvimento para as comunidades extrativistas. Assim como na floresta, cada semente lançada agora carrega em si a promessa de frutos para as próximas gerações.

O Fundo Puxirum reafirma, com essa iniciativa, sua identidade política e cultural, inspirada na tradição do empate¹ e na simbologia da poronga² — a lamparina do seringueiro que ilumina a caminhada coletiva.

Marcos Daniel Oliveira Lima – Assessoria de Comunicação, Fundo Puxirum
Colaboração: Cristina da Silva – Assessoria de Apoio, Fundo Puxirum

¹ Empate: forma de resistência pacífica criada pelos seringueiros da Amazônia nos anos 1980, em que comunidades inteiras se uniam para impedir desmatamentos sem uso de violência.
² Poronga: lamparina de querosene usada pelos seringueiros para iluminar a floresta durante as madrugadas, símbolo de memória, resistência e orientação coletiva.

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